“A CILADA DA LADEIRA DA VILA AMÉRICA”
... Nem sempre...
... As histórias contadas pelo Mestre...
... Coincidiam nas sucessivas repetições...
... Algumas vezes...
... A conveniência social encobria a verdade...
... Outras vezes...
... O entusiasmo da palavra fácil...
... Traia a verdade...
... Em benefício do efeito pedagógico!
... Como vemos...
... Sem prejuízo da comprovação...
... Da eficiência da capoeira...
... E da bravura do Mestre...
... Na conhecida versão publicada em 01/08/36 em “A Tarde"...
... Que, aliás, acendeu a paixão latente do adolescente.
... E o conduziu dois anos depois...
... À matrícula no curso de luta regional baiana...
... Para alunos e oficiais do CPOR...
... No Forte do Barbalho...
... O relato que ouvi pessoalmente do Mestre...
... Foi mais explícito...
... Me impressionou muito mais que nota a redacional!
... Como antecedentes ouvi...
... O “cabo”... E “compadre (do Mestre) Lúcio"...
... Apostou uma soma razoável no adversário de Bimba...
... No Campeonato de Capoeira do Parque Odeón...
... Apesar de desaconselhado pelo próprio Mestre...
... A luta foi decidida por um galopante ou asfixiante?...
... Que extraiu... Sem ônus para o cliente...
... Alguns dentes do ex-pretendenteAo trono...
... Sendo a disputa encerrada...
... Pela sua desistência da competição...
... Sob protestos... “lá dêle!”60
... Contra a violência do golpe recebido...
... E o prejuízo estético!
... Bimba foi proclamado“campeão”... ...
... Recebendo o prêmio Em dinheiro...
... Porém o “cinturão de ouro” virou compromisso eleitoral!
... Aparentemente...
... O Sr. Lúcio Barra Preta...
... Discordou do modo como o Mestre encerrou o campeonato...
... E se enfureceu com o prejuízo...
... Uma certa noite...
... Descia Mestre Bimba do Engenho Velho...
... Pela Ladeira da Vila América correndo...
... Com o chapéu de palhinha em baixo do braço...
... Para pegar o último bonde de Amaralina...
... De regresso para casa...
... Estava atrasado…
... Pelo enlevo duma tijubina de sua intimidade...
... Feliz e descuidado... “... sin maginá...”“... sin mardá61...”
... Que o prejudicado lhe armara emboscada...
... Em tentativa de desforra...
... Nas vizinhanças da casa de candomblé de Ciriaco...
... Surgiram da escuridão da tocaia os agressores...
... “ Sêis!... sordadu di pulíça... armadus di sabri!"... 62
... Chefiados pelo “Cabo Barra Preta”...
... Que portava uma "garrucha".
... E foi parar de cabeça para baixo...
... Dentro dum tonel de lixo...
... Sem a garrucha naturalmente!
"... Us sordadu ficaru espaiadu pelu chãu...".
”... Seim as baioneta... naturarmenti...".
”... A garruncha na minha mãu!”
... O Mestre alcançou o bonde...
... Ainda com o lindo “chapéu de palhinha” em baixo do braço...
...todo lampeiro...
...levando uma garruncha...
... E seis baionetas...
... Como troféu da batalha...
... Que exibiu na redação de “A Tarde”!
... Sinceramente...
... Prefiro esta versão...
... Atende melhor à auréola que coroa meu ídolo...
... E ainda me rejuvenesce quase sessenta anos!
... “A verdadi?!!?”... "qui si dani"!
Parábola contada por Mestre Decânio.
POSTADO POR MESTRE BICHEIRO
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